Parque Oeste

Sinopse

Documentário | 70 minutos | 2018

Parque Oeste nasce a partir do curta Real Conquista (2017) e conta a história de Eronilde Silva, que em fevereiro de 2005, junto com outras 3000 famílias, foi violentamente removida da área que ocupou no bairro Parque Oeste Industrial, em Goiânia, Goiás, Brasil.

O filme mescla imagens de arquivo e atuais revelando que, através da resistência, Eronilde encontra sua forma de seguir vivendo, apesar de tudo.


TRAILER

 

Apresentação

“Este projeto foi contemplado pelo Edital de Fomento ao Audiovisual do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás 2017”


Prêmios e exibições


  • Visions of Resistance no Museum of the Moving Image, NY | 2020
  • Festival Brésil en Mouvements, Paris | 2019
  • Melhor filme da Mostra Olhos Livres da 22a Mostra de Cinema de Tiradentes, MG | 2019
  • Prêmio "Sequência" na 3a Mostra SESC de Cinema, Paraty | 2019
  • Menção honrosa na 8a Mostra Ecofalante de Cinema, São Paulo | 2019
  • Menção honrosa na 10a Semana de cinema, Rio de Janeiro | 2018

Críticas


As palmas mais longas de Tiradentes

O incompreensível é o que… ao invés de perder tempo debatendo o significado da palavra um sinônimo é mais sucinto: Brasil. Um país onde conceber a estrutura social desafia o próprio senso intelectual. Se a literalidade era algo que permanecia em diversas ficções no cinema, por possuir uma força direta contra a política metafórica que tanto assombrou a arte por anos, no campo do documentário esta formalidade quase nunca esteve presente. Dentre os nomes já laureados de nossa história como: Eduardo Coutinho, João Moreira Salles, Kiko Goifman e outros, neste momento temos: Petra Costa, Maria Augusta Ramos, Susanna Lira e Fabiana Assis. […] — Por Vitor Velloso no site Vertentes do Cinema

Novas vidas no Centro-Oeste

[…] a documentarista Fabiana Assis, criadora do festival Pirenópolis Doc, apresentou o curta Real Conquista. Através dele conhecemos Eronilde Nascimento, uma das vítimas de uma violenta desocupação ocorrida em Goiânia, em 2005. Vítima é maneira de dizer, pois ela exala superação e vitalidade. Depois do episódio, em que 13.000 pessoas foram desalojadas à força do bairro Parque Oeste, 3.500 moradias foram demolidas por escavadeiras e pelo menos dois moradores morreram (entre eles o seu companheiro), Eronilde passou a mobilizar e organizar a comunidade com vistas à conquista de novo espaço digno para morar. […] A parceria de Fabiana Assis e Eronilde Nascimento é mais um dos felizes encontros de mulheres com que o cinema brasileiro vem se enriquecendo e diversificando. — Por Carlos Alberto Mattos em seu blog

A cidade é um campo de batalha

[…] É do campo de batalha do Parque Oeste, periferia de Goiânia, que o filme de Fabiana Assis fala. O presente do filme está a 10 anos do evento que conta sua protagonista, Eronilde Nascimento, que nos leva ao grande descampado que virou hoje a região do Parque Oeste, para ali acessar às imagens do passado daquela ocupação com mais de 3500 pessoas. A partir de sua rememoração in loco, a câmera caminha guiada por Eronilde, que localiza o que estava erguido sobre a terra, lembra das vidas que ali habitavam e ativa as imagens desse passado. […] — Por Francisco Miguez na revista Cinética

Um filme de resistência

[…] a escolha de a câmera acompanhar os passos de Eronilde até a volta ao Parque Oeste, local abandonado e sem os tais condomínios especulados por grandes magnatas da indústria imobiliária, me deixou grudado na poltrona do cinema. A diretora impressiona por conta de sua sensibilidade ao entrar no mundo daquelas pessoas vulneráveis socialmente, respeitando suas histórias, dores e cicatrizes. […] — Por Marcus Vinicios Beck no Jornal Metamorfose

Parque Oeste, de Fabiana Assis, traz história de dor e resistência

[…]Parque Oeste tem a linguagem do documentário clássico, mas segue um roteiro que faz o espectador ter uma experiência de ficção, com uma história que começa situando o espectador dentro do cotidiano de Eronilde. Logo depois, vem uma explosão de emoção, com as cenas da desocupação. A angústia atinge o público, mas logo Fabiana tira sua personagem da posição de dor para mostrá-la como uma agente transformadora de realidades. […] — Por Etienne Jacintho no jornal O tempo

Luta pela memória

[…]E é isso que talvez sua diretora faça de melhor. Munida de filmagens em celular de várias das pessoas que foram violadas pelo governo de Goiás, Fabiana constrói a partir do dia da violência em forma de desapropriação momentos dignos dos mais apavorantes filmes de terror no estilo ‘found footage’. O filme monta essas imagens, onde inclusive foram oficialmente assassinados dois moradores, com coerência e talento, mostrando a zona de guerra que a polícia transformou um ambiente pacífico, e em alguns momentos chegamos a nos indagar se na verdade não se trata de uma produção típica de gênero, tamanho é o sentido de pânico que aquelas pessoas se veem imersas, levando o espectador junto àquela casa prestes a ser invadida.[…] — Por Francisco Carbone no site Cineplayers

Acreditar é uma Escolha

[…] O Júri de Tiradentes vê a resistência como única possibilidade, mas é interessante notar que as formas dessa resistência se manifestar são múltiplas. Isso que torna o filme tão envolvente. Apesar da vida de quem luta pela terra ter um ar de tragédia anunciada, há processos dentro do processo. Eromilde, em suas falas, mostra a importância de manutenção da posse, consolidação e ampliação da mesma. Em paralelo, nunca deve ser abandonada a busca pela justiça. Só assim é possível reconhecer os assassinatos de Pedro e Wagner – e posteriormente das mortes antes invisíveis, que obras audiovisuais como “Parque Oeste” tem como função precípua evitar futuros apagamentos. […] — Por Jorge Cruz Júnior no site Apostila de Cinema